22.11.13

versões de ti, que te vês em mim

gostavas tu de ser quem eras, quando percorrias montes e vales a correr na esperança de cair e alguém te apanhar. vias-te com os olhos do mundo, a felicidade permanecia a teu lado aonde quer que fosses e então irradiavas ondas de harmonia que traziam prazer a quem te acompanhava. sonhavas ser mais que uma livre andorinha! onde param esses sonhos? soube-te bem a pouca liberdade que ganhaste? chegou para ti o pouco que restou dos outros? e então, já nem eras tu quando falavas. quis beijar-te e trazer-te de volta. pensei em como a tua luz se acabou quando decidiste parar de correr. agora, os vales e os montes choram, todos esperam que caias para te apanharem, mas tu já não queres cair. agora sentaste-te. sentaste-te de perna cruzada, com os saltos a reluzir e com a saia de bainha dobrada. os joelhos já não estão machucados e aqui encontramo-nos a olhar frente a frente. mostro-te uma imagem suja, tenho pó em mim, mas mesmo assim vês-te como realmente te sentes: não és tu, não és quem quiseste ser. que triste este teu viver! não ter escolha e não saber o que fazer...

conta pétalas, meu amor. conta-as como quem conta os dias e dá-lhes a tua paixão.

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