16.11.12

Descendo a rua com as mãos nos bolsos, olhar colado ao chão, pés a tropeçar no cordão. A camisola desabotoada, calças rotas nos joelhos, de quem já caiu. Todos têm os seus feitos, corações desfeitos em papel amarelo. Quando se ergue para a sociedade, o seu reflexo espelha-se nas montras. Aquilo que se expõe é um pesadelo quando o que se tem guardado é mais bonito. E, pararam ao pé ti, olharam-te e viram o teu reflexo na montra e disseram "é isto que queres ser?" E pensaste para ti "que mal fiz eu à sociedade para me rejeitarem assim?" É um preço que se paga para viver da forma que os outros querem, porque por nós... por nós, nem nós viveriamos. 
E que palhaçada é esta? Aqui todos somos pelos outros, ninguém é livre o suficiente para dizer que não faz parte desta estrutura, onde tu és moldado por aquilo que os outros querem e esperam de ti. 

Sem comentários:

Enviar um comentário