a enganar o povo desde que o padre se foi.
(...) - E vai da rua do João sem cabeça até lá em baixo ao lago, onde costuma ter uns barquinhos assim, 'tá a ver? - gesticulava com as mãos para demonstrar o tamanho dos barquinhos - e depois sobe à esquerda onde tem a taberna do Fernão e diz que vai daqui da conta da Esmeralda do 1ºdireito do 13. - já voltando as costas para falar com a vizinha - ah, esqueça lá, diga só que vai da conta da Esmeralda que eles lá se arranjam e explicam melhor.
- E então, lá dizem mesmo onde posso encontrar a igreja? - digo eu a olhar também para a vizinha
- Oh, penso que sim, não é Madalena? Não achas que na taberna do Fernão sabem indicar o caminho certo aqui ao homem? - vira -se para Madalena, que fala algo baixo e não se percebe - pois, senhor, se estivessemos mais perto eu sabia dizer-lhe o caminho, mas assim tão longe, ainda vai ter é à casa do diabo.
- Deixe lá estar que vou ter à taberna do Fernão.
- Vá, vá, se não se entender lá com eles, volte cá que explicamos tudo a ver se percebe connosco - diz a olhar para a vizinha.
- Obrigado, obrigado - digo eu
(depois de me afastar umas ruas mais abaixo)
(depois de me afastar umas ruas mais abaixo)
- Esta gente deve pensar que vamos sempre à missa para explicar o caminho para a igreja... - diz Madalena a Esmeralda - há já mais de dois meses que não lá ponho os pés....
- Olha, e eu com isso, acho que nem igreja temos desde que o padre foi-se embora. Mas deixa lá o homem, por aí abaixo há-de ver coisas mais bonitas. E, com sorte, ainda se esquece do que veio cá ver.
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