27.11.16

bolhas que esvoaçavam pelo ar. em cada bolha uma pessoa. bolhas grandes, bolhas pequenas. bolhas com duas pessoas. 
ao canto de uma sala, uma mesa contra a parede. homem sentado virado para a parede. sozinho. pobre criatura, pobre alma. o que a solidão preenche, o que a felicidade destrói. e pergunta-se nas ruas como podemos viver tão sós? como podemos viver em solidão? e porque não tentam ser felizes? se a vida tem mais a dar, o que se espera das pessoas é ambição em procurar. 
e o retrato do homem sentado sozinho numa mesa torna-se vivo e permanece para sempre. o homem ganha 68 anos e continua sozinho, sentado na mesa contra a parede. 
e ocorre a alguém que talvez, apenas talvez, não é a questão do homem optar pela solidão, mas ninguém ter optado por fazer com que a solidão do homem não existisse? afinal de contas, o fim da solidão é mais receber amor do que procurar amor. há buscas incansáveis em que não se recebe nada. serviu de alguma coisa a procura? pedras para os bolsos, as costas para o mundo. 
deixa-me adivinhar os teus pensamentos...

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