28.6.16

E olhas à tua volta, no espaço em que te encontras, e vês quão teu o teu mundo é. Envolto de muralhas, sem estranhos olhares, uma maré de nomes conhecidos que te enchem as prateleiras e te aconselham todos os dias. Outros indivíduos que encaram vidas fictícias e que penetram a tua mente deixando-a a saltitar, todas as noites, entre aquilo que é real e o que é irreal, aquilo que te preenche e te deixa vazio. São tantas vidas à tua volta, tantas viagens, tantas experiências, todas tuas e só tuas, mas nenhuma verdadeira, nenhuma vivida somente por ti. Reparas que o teu mundo é uma bolha fechada, tudo teu e unicamente teu. Não tens com quem partilhar aquilo que somente a ti te diz respeito, aquilo pelo que passaste e que te leva a noites prolongadas de emoções à flor da pele, mas tens inúmeros nomes que deixaram histórias para partilhar contigo. Se não vale teres e viveres a tua vida, ao menos tens outras vidas de outras pessoas que podes viver. 
Ainda assim, permaneces nessa bolha invisível de que ninguém quer saber. É só tua, e será sempre só tua. É feita de ti para ti, e isso ninguém te pode tirar - a confortável magia que acontece na tua mente quando te delicias do teu meio, pela forma como o criaste e como o alimentas diariamente. 
Este é o teu mundo, aproveita-o por ti. Não esperes por alguém com quem o partilhar. Não precisas de o partilhar. É só teu e é aqui que te deves encontrar. É aqui que vais nascer e morrer todos os dias. Isso ninguém te pode tirar.

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