8.5.15

as prateleiras vazias indicam a mudança de vida, a casa, o suor e a dor
queria estar presente quando o pó foi limpo
queria estar ausente quando fechei as portas da oportunidade perdida.
o sonho de voltar à casa e preencher as prateleiras
o sonho de receber as visitas com sorrisos desagradáveis
os olhares sobre as minhas coisas, as minhas prateleiras vazias
o escuro brilho da visão de estranhos entre o pó das minhas coisas
mudadas, mudanças e a casa que não era minha.
estas prateleiras vazias que atrás de mim se montam
o pó que se junta e os olhares alheios à minhas coisas que não me pertenciam
deveras aqui me deixam a reler e a repensar no que completa a minha vida
se sem estas prateleiras a minha casa está vazia.
casa que era minha e não me pertencia,
assim como as memórias das prateleiras preenchidas
que agora estão vazias e sem pó.
memórias alugadas com tostões que encontrei nas coisas emprestadas.
coisas que preencheram as minhas prateleiras,
tostões que pagaram a minha vida,
a minha memória, esta minha casa que não me pertencia.
a minha vida por empréstimo, alugada e paga com retalhos de memórias de gente que me deu tostões em livros que preencheram prateleiras numa casa que agora será abandonada ao pó e a estranhos olhares.
preencham as minhas prateleiras alugadas que já não me pertencem.

Sem comentários:

Enviar um comentário