13.5.12

partilha de gestos

      O medo que é escrever a uma pessoa tão amável como tu. Trouxe doces na mala. Lamento a falta de hortelã, mas ouvi dizer que havia outra coisa por aí. Que fazes da vida? Ainda dedilhas alguns sons na tua velha guitarra? Gostava de te oferecer o jantar, mas sabes... faltam as verduras. E criei um monstro para alimentar. Oh, merda, enganei-me, essa parte estava apenas a pensar. Não vou riscar, quando me visitares perceberás. Esta merda do cigarro está a acabar e para te escrever precisarei de ir buscar outro. Pára de ler aqui, enquanto vou e volto, sabes o tempo que demoro. 


      Ainda bem que esperaste. Trouxe café também. Vai buscar um enquanto lês... eu espero. Sei o tempo que demoras a fazê-lo. 





      Melhor assim, não é? Assim partilhamos os dois o prazer do café enquanto temos esta folha na mão. Só muda a data, a hora e o tempo. Por falar em tempo... está chuva? Aqui, neste momento, não está. Conta-me coisas enquanto bebes o café, escreve-me enquanto lês, fala comigo ainda que aí não esteja. Faz tudo como se estivesse presente, gostaria imenso que fizesses isso. Vou fazer o mesmo. 
      
     Espero por ti nos próximos dias. Não deites fora a carta, as minhas palavras ou tudo o que te disse até hoje. E faz o que te digo. Esperarei que o faças. Beijos, Alma. 

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