custa respirar
custa encontrar a dor e deixá-la adormentar os braços sem poder agarrar este chão que me suporta
custa procurar a ferida e querer tratá-la
os meus sentidos são forjados por males maiores que enfurecem-me ao amanhecer
ao
anoitecer acalmo os meus demónios
entram no meu corpo os
desassossegos do dia
aquilo que ficou por dizer, o que não pôde ser
feito
que lágrimas me são vendidas por olhares tenebrosos?
a magia do beijo, do abraço, da canção tocada em repetição na rádio
que poder angustiante é aquele que sentimos quando tudo o que temos se resume a nada?
suspiros e sufoco, sentidos à tarde, numa loucura de te tentar encontrar.
desejo essa loucura e anseio pela destemida calma da manhã e da noite
desejo a morte e a repleta euforia de não viver nem mais um dia.
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