17.2.14

são longos os caminhos que desenhas com as tuas mãos. uma imensidão de rumores, de ressaltos, da falta de sapatos e de recordações. tudo o que uma caixa traduz sobre o que se é quando não se era nada. vi passar, nos teus caminhos, os fragmentos que uma tempestade deixou para trás. seguraste-te à firmeza de um chão sem gravidade que abandonou pequenos retalhos da vida de outrém. e então veio o mar, levou-te com ele e deixou pequenas lágrimas para alguém as chorar. talvez [eu] goste de pensar que o mundo é o paraíso que o homem quis criar. que figura pateta. e, aqui, se rendem os grandes perante os pequeninos, numa atitude de coragem que me leva a não acreditar.

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